Grant Gustin concede entrevista ao programa de rádio Seacrest Studios

Na última semana, Grant Gustin foi o convidado especial do programa de rádio Seacrest Studios (BBOY45), estação pertencente ao Hospital Infantil do Colorado. O ator foi entrevistado pela jovem Maya, uma sobrevivente de câncer cerebral e paciente do hospital. Maya possui um canal no Youtube chamado Pop Star Extraordinaire Maya, onde publica suas entrevistas realizadas através da rádio. Confira a tradução das perguntas feitas durante o bate papo:

Maya: Quando você soube que queria ser ator?
Grant: É engraçado, quero dizer, me perguntam muito de uma forma ou de outra e [soube] em uma idade jovem, eu acho, mas não penso nisso como… tipo, isso é o que eu quero fazer como carreira, isso é o que eu quero fazer como um trabalho, eu só sabia desde os 10 anos de idade que adorava fazer isso e eu meio que permaneci nesse caminho até que eu estava indo para aulas de artes cênicas no ensino médio e depois eu fui para a faculdade com especialização em teatro e, de repente, eu era um ator profissional. Então, continuei seguindo o caminho porque adorava fazer isso e, de repente, era minha carreira, sabe?

Maya: Então, você também é cantor e dançarino. Você recebeu algum treinamento formal para ambos?
Grant: Sim, eu comecei, na verdade, com sapateado quando tinha oito anos e adorava o filme Cantando na Chuva. Eu era um grande fã de Gene Kelly e adorava todos os filmes musicais antigos quando criança e comecei dançando sapateado aos oito anos e depois comecei a fazer teatro aos dez, depois comecei a ter aulas de dança durante todo o ensino médio e a faculdade.

Então, estudei todos os tipos de balé, moderno, sapateado, jazz e tive aulas de canto no ensino médio e na faculdade. E sim, comecei a estudar quando eu era bem jovem.

Maya: Você teve um papel recorrente em Glee. Você tem uma música favorita que performou como Sebastian?
Grant: Sim, na verdade minha música favorita que eu tive que fazer não entrou no show, foi cortada do show, eu cantei I Want You Back e acho que está no Youtube, mas não foi ao ar com o episódio. Mas eu me diverti fazendo todos aqueles números, eu sempre amei The Jackson 5 quando criança e estava animado para cantar I Want You Back.

Maya: Você já interpretou Barry por nove temporadas, quando você interpreta um personagem por tanto tempo, a linha entre você e Barry às vezes se confunde?
Grant: Sim, se confunde. Especialmente porque é por tanto tempo ao longo do ano, sabe, geralmente no passado, levávamos nove meses e meio para filmar uma temporada, então passamos a maior parte do ano fazendo o show e eu interpretei o personagem desde quando fui escalado, quando eu tinha 23 anos e vamos terminar em um mês e acabei de fazer 33.
Então, foram anos de formação da minha vida, como todos os meus 20 anos crescendo, é enquanto você está se desenvolvendo, mudando e amadurecendo muito como pessoa. E sim, com certeza, às vezes fica confuso como quais partes são realmente eu e quais partes de mim estou trazendo para o personagem que não são realmente eu. Mas com certeza, quero dizer, é muito a mesma coisa no show porque eu tento trazer o máximo que posso de mim para o personagem e tenho feito isso por tanto tempo.

Maya: Você tem um episódio favorito que filmou em The Flash?
Grant: Acho que muitas coisas na primeira temporada continuam sendo as coisas com as quais estou mais conectado emocionalmente, acho que o piloto porque é meu primeiro episódio, são minhas primeiras memórias de fazer o show e usar o traje e eu ainda estava me beliscando todos os dias e isso praticamente durou a maior parte da primeira temporada. Também o final da primeira temporada ainda é um dos meus episódios favoritos que já fizemos. Quando Barry volta, ele e seu plano é impedir que sua mãe seja assassinada e então ele acaba passando seus últimos momentos com ela foi um dos momentos mais emocionantes para mim no show e ainda me impressiona.
E, na verdade, estamos fazendo algo, que não quero dar muito spoiler, mas um episódio que me deixou muito animado na nona temporada, é no final da nossa temporada que realmente se relaciona com tudo isso de uma maneira muito legal. O enredo… eu só tive que controlar minha língua porque não queria estragar muito, mas ele se relaciona de uma maneira muito legal com as coisas que fizemos na primeira temporada. Esses ainda são alguns dos episódios mais sentimentais para mim.

Maya: E eu também amo os episódios musicais, tipo eu ainda os assisto o tempo todo e os repito.
Grant: Às vezes esqueço que foi um episódio de The Flash, sabe, porque também foi com Darren Criss naquele episódio e Melissa e, na verdade, Zach Woodlee, que era o coreógrafo de Glee, também veio e coreografou, então quase pareceu um episódio de Glee. Eu sempre esqueço que foi um episódio de The Flash.

Maya: Qual tem sido o maior desafio para interpretar o Barry?
Grant: Eu acho que provavelmente estou fazendo isso por tanto tempo e eu era muito jovem e muito inexperiente, no que diz respeito a ser um ator profissional na tv. Quando comecei a fazer isso e não sabia no que estava me metendo e eu houve muita pressão, porque eu cresci como um fã do Superman e um grande fã de Christopher Reeve e dos filmes do Superman de Richard Donner, e eu sabia que as pessoas são muito apaixonadas por esse tipo de personagem e eu acho que comecei muito cedo a colocar muita pressão sobre mim para acertar, sabe? E servir o personagem da maneira que eu poderia me orgulhar e os fãs apreciarem.
Eu acho que enfrentar isso, já que fiz isso por tanto tempo e entendendo que só posso trazer o que consigo trazer para o personagem e não posso levar muito a sério as expectativas de outras pessoas porque só posso fazer o que eu consigo fazer.
Mas também interpretar o personagem por tanto tempo e ter que crescer muito ao fazer isso, tanto eu e quanto minha vida mudaram ao longo de 10 anos, obviamente, ao fazer esse personagem e fazer esse show. Então, tem sido divertido, mas também um desafio crescer enquanto faço isso e fazendo isso por tanto tempo.

Maya: Você estava no filme O Resgate de Ruby e eu adorei esse filme. Você é um amante de cachorros?
Grant: Sim, eu cresci com cachorros, sempre tive cachorros. Minha mãe agora tem uns sete ou oito animais em casa, eu acho, entre cachorros, então ela sempre teve muitos animais. Mas minha esposa, eu e minha filha, temos três cachorros, então sempre fui uma pessoa que gosta de cachorros.

Maya: Houve algum desafio para interpretar uma pessoa real?
Grant: Eu, de novo, me pressiono muito e talvez crie desafios que necessariamente precisam existir. O cara quem eu interpretei, Dan O’Neil, com quem conversei muito. E, novamente, foi meio parado durante o covid, então não tivemos a chance de nos encontrar pessoalmente ainda, mas eu tive falar com eles no zoom e eu liguei para eles e falei com ele no telefone. Tive que gravar algumas de nossas conversas e depois praticar conversas com a voz dele.

Mas é difícil interpretar um personagem que é uma pessoa real e há aquela pressão adicional de uma pessoa que ainda está viva, não é como uma figura histórica, é alguém que vai ver este filme e quero ter certeza de que o farei justiça e acertar. Então, há uma pressão adicional, mas Dan é um cara legal que me apoiou muito durante todo o processo e ele ficou muito feliz com o filme, então foi uma experiência positiva. Fiz um filme com um cachorro e foi muito divertido.

Maya: Você já ficou preso em uma fala de algum projeto da qual simplesmente não conseguia se lembrar e, caso sim, como superou isso?
Grant: Isso acontece com todos os atores em algum momento, mas eu sou muito bom em memorizar, honestamente, depois de fazer Flash por tanto tempo, porque são cinco dias por semana filmando e entre três e dez páginas de diálogo por dia, dependendo de quanta ação estamos fazendo aquele dia, então você fica muito bom. É como se todas as coisas fossem um músculo e eu treino esse músculo o tempo todo e agora sou muito bom em memorizar.

E minha formação é no teatro e não no cinema e tv, você não pode estragar uma fala porque você está no palco na frente de uma plateia ao vivo, então há aquela pressão adicional que você tem e eu realmente sei disso. Então, eu acho que muito dos atores de teatro, eu acho que trazem isso para a tv e para o cinema, onde eles são exceção. Elas [as falas] são memorizadas bem antes de você começar a filmar, porque você está acostumado a fazer isso. Enquanto, eu acho, que muitos atores que surgem fazendo tv sabem que, se errar minha fala, você meio que entra na fala e alguém diz algo para você e depois continua falando.
Mas acho que muitos atores que vêm do teatro tendem a memorizar um pouco melhor.

Maya: Você tem alguma história engraçada ou interessante de audições?
Grant: Felizmente eu não tenho nenhuma incrivelmente embaraçosa nas audições. Apenas coisas monótonas, quero dizer, tenho certeza que sinto que estou me envergonhando na maioria das audições, mas nada além isso eu memorizo muito bem.
A audição de Flash, lembro-me que não queria ir porque pensei que era errado para o papel. Eu era um pouco mais jovem do que o personagem foi descrito quando eu estava fazendo o teste para ele e sabe, ele era um super-herói e eu sou um cara magro e eu pensava que não tinha o corpo de um super-herói e ele tinha cabelo loiro nos quadrinhos e não tenho cabelo loiro, não pareço nada com esse cara, sou muito jovem.

Eu não queria ir porque estava inseguro e não achava que conseguiria, mas fui, obviamente, e acabou sendo o processo de audição mais longo do qual participei, acho que foram cinco ou seis audições diferentes ao longo de tipo cinco semanas. Então, foi minha primeira audição, e “vou ligar de volta” e, em seguida, um pouco de tempo no meio e, em seguida, mais algumas audições e, em seguida, esperar por mais uma semana ou mais antes de descobrir que consegui. O que obviamente foi uma notícia muito emocionante que mudou minha vida, mas foi um longo processo.
Fora isso, não tenho nada muito empolgante. Eu também tenho feito isso por tanto tempo, a maioria das minhas audições nos últimos 10 anos eu meio que faço um tape em casa, filmando no meu telefone, e depois a envio para um escritório de elenco para que nada embaraçoso possa acontecer. Tipo, você está filmando em casa sozinho.

Maya: Qual traço de personalidade o colocou em mais problemas?
Grant: Provavelmente minha impaciência, eu acho, posso ser uma pessoa muito impaciente. então, é algo em que trabalhei muito nos últimos nove anos fazendo o show, na verdade.
Mas, sim, porque você não pode ser uma pessoa impaciente na tv e em filme porque a maior parte do seu trabalho está esperando.

Maya: Se você tivesse que escolher uma música para acordar de manhã, que música seria?
Grant: Eu realmente tenho uma. Eu sou um grande fã do Jason Mraz, eu o amo desde o colégio. Chama-se Rise, mas é apenas instrumental, não há nenhum vocal nela e esse é o meu despertador. E é uma espécie de construção lenta e acho que deve soar como o nascer do sol, então é como um tipo de música calmante para me acordar.
Mas outra que eu gosto, foi na verdade a primeira dança de minha esposa e eu em nosso casamento, é outra música de Jason Mraz chamada Up e é apenas um tipo divertido de música descontraída. Então, se eu tivesse que escolher um com vocais provavelmente seria essa.

Maya: Então, minha pergunta final para você é: Quem você considera um super-herói da vida real e por quê?
Grant: Acho que a resposta provavelmente é minha mãe e também minha esposa, especialmente vendo minha esposa se tornar mãe. Tem sido incrível, então eu acho que essas são duas mulheres fortes, que foram heroínas em minha vida, eu admiro as duas e me sinto muito sortudo por tê-las em minha vida.

Assista a entrevista na integra:

 

Tradução e adaptação: Grant Gustin Brasil